Bacharel em direito aos 13 anos. Esse seria o futuro de João Victor Portellinha de Oliveira, 8 anos, caso se cumprisse o procedimento de matrícula na Universidade Paulista (Unip) – já iniciado pelo pai dele, Willian Ribeiro de Oliveira, 42 – com o pagamento da taxa e da primeira mensalidade, no valor de R$ 516,99. João Victor, que faz a 4ª série do ensino fundamental em Goiânia, acaba de ser aprovado no vestibular agendado da instituição.
Ele fez a inscrição há uma semana, pela internet, e foi responder às questões da prova (de múltipla escolha) pessoalmente, na sexta-feira, nos computadores da própria universidade, acompanhado do avô paterno. Na oportunidade, o garoto também produziu a redação, sobre um tema que envolvia o consumismo.
O resultado da aprovação veio na segunda-feira, também online e, ontem, os valores para que João Victor possa se tornar um universitário foram pagos. O boleto foi impresso, claro, graças à internet. Falta efetivar a matrícula entregando, na instituição, a documentação necessária – incluindo o histórico escolar.
“Acho normal, nada demais. Hoje está tudo mais evoluído e vejo muitas crianças como o meu filho: cheios de informação e curiosidade. Só não esperava que deixassem ele fazer a prova”, afirma Willian Ribeiro, aluno do 4º período de direito na Unip.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), não há impedimento algum para que qualquer pessoa tente fazer as provas do vestibular de qualquer instituição. O que não é permitido por lei é se matricular e cursar a faculdade, em caso de aprovação, sem ter concluído o ensino médio.
A Ordem dos Advogados do Brasil de Goiás defendeu maior rigor na fiscalização das instituições de ensino superior pelo MEC e pediu a intervenção na Unip.
Em nota, a Unip disse que o desempenho do menino “foi bom, especialmente na redação”.