sexta-feira, 28 de setembro de 2007

PMDB paga a Almeida Lima fatura do apoio a Renan

O senador Almeida Lima (PMDB-SE) começou a receber a recompensa pelo apoio irrestrito que vem dando ao colega Renan Calheiros (PMDB-AL). De olho nas eleições municipais de 2008, o “soldado” do presidente do Senado ganhou de presente o controle do partido na capital sergipana, Aracaju.
Almeida Lima deseja, ele próprio, concorrer à prefeitura de Aracaju. E andava incomodado com o PMDB de seu Estado, hoje submetido aos interesses do deputado federal Jackson Barreto (PMDB-SE). Alegava, nos subterrâneos, que Barreto transformara a seção estadual da legenda em correia de transmissão dos interesses do PT sergipano. E ameaçava transferir-se para o PDT, partido ao qual já pertenceu.
Com o auxílio de Renan, Almeida Lima conseguiu fincar uma cunha na máquina do PMDB de Sergipe. Não terá tudo. Mas vai, pelo menos, dividir o poder com o desafeto Jackson Barreto. Decidiu-se dividir o partido ao meio. Ficará assim:
Diretório municipal de Aracaju: tem sete membros. Almeida Lima indicará quatro. Jackson nomeará três. E o manda-chuva nacional do PMDB, Michel Temer (SP), indicará Almeida Lima para presidente do diretório.
Diretório Estadual de Sergipe: também tem sete membros. Invertendo a equação adotada no município, Jackson indicará quatro. Almeida Lima, três. Caberá a Michel Temer, de novo, a escolha do presidente estadual. Será Jackson.
O entendimento foi costurado na manhã desta quarta-feira (26). Deu-se numa reunião da qual participaram Temer, Almeida Lima e o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO). No final da tarde, Temer foi informado de que Almeida Lima topara a divisão. Consultado por telefone, Jackson Barreto também assentiu.
Assim, o acordo será selado em reunião da Executiva Nacional do PMDB, marcada para terça-feira da semana que vem. Nos subterrâneos, Renan atuou como advogado dos interesses de Almeida Lima, hoje um dos maiores defensores dele no Senado. E foi atendido por Temer, que se esforça para manter distância da crise que consome a presidência de Renan no Senado.