A estação das férias, do tempo bom e da sensualidade é também época de enchentes, de maior risco de câncer de pele e de desidratação. Além de passar protetor solar, beber mais água e se alimentar com comidas leves, outros cuidados menos básicos como evitar os parques na hora do sol a pino, por conta da alta concentração de ozônio no ar, são necessários.
1 - Conjuntivite: As conjuntivites aumentam no verão pela típica oscilação do tempo e pela maior proliferação de bactérias no ar. Há duas formas de conjuntivite: bacteriana e viral. Em todas, o sinal mais visível é o mesmo: olhos vermelhos. Mas os tratamentos são diferentes. Na viral é indicado o uso de colírio antiinflamatório e compressas geladas durante uma semana. A bacteriana apresenta secreção amarelada e é tratada com colírio antibiótico. O uso prolongado de colírio antiinflamatório é perigoso porque geralmente contém corticóide, que aumenta o risco de surgir catarata e glaucoma.
2 - Alergia ocular: Além das conjuntivites, o contato dos olhos com excesso ou falta de cloro nas piscinas e com água contaminada do mar costuma causar esse tipo de alergia nas crianças. O contato de filtro solar com os olhos por meio da transpiração também pode acarretar uma alergia. O Estudo Multicêntrico Internacional de Asma e Alergias na Infância demonstra que 20% da população brasileira têm alergias e seis em cada dez alérgicos manifestam o problema nos olhos. Ocorre uma alteração da conjuntiva tarsal (membrana que reveste a pálpebra internamente, que fica em contato com o globo ocular) onde encontraremos papilas (saliências), sinais de reação alérgica. A alergia ocular é tratada com colírio anti-histamínico e, quando mal cuidadas, podem progredir para uma ceratite e até mesmo para um ceratocone (deformação da córnea que fica na forma de um cone com grande risco de cegueira e é a maior causa de transplante de córnea).
3 - Ceratite: O uso de lentes de contato por muito tempo e a exposição excessiva ao ar condicionado, que retira a umidade do ar, podem fazer com que a oxigenação da córnea seja insuficiente, causando uma inflamação. A recomendação médica é dar as pausas necessárias no uso das lentes de contato, evitar o abuso de ar-condicionado e proteger os olhos com lágrima artificial sem conservantes. Nas viagens aéreas por mais de três horas, as lentes de contato devem ser retiradas antes do embarque porque nos aviões o ar é mais rarefeito.
4 - Olho seco: É a baixa qualidade ou quantidade de lágrima que tem a função de proteger os olhos (que obtêm o oxigênio da lágrima, não do ar como ocorre com a maioria dos órgãos). O olho seco pode ser causado no verão pelo uso abusivo do ar-condicionado, que diminui a quantidade de lágrima. Em estágio avançado, pode até causar úlcera na córnea. O olho seco também pode ser causado por mudanças metabólicas, como é o caso da redução da produção de lágrima em mulheres na pós-menopausa, ou em pessoas que usam medicamentos para hipertensão, por exemplo. Para garantir a produção de lágrima, o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier e diretor médico do Banco de Olhos de Campinas, aconselha uma dieta rica em vitaminas A e E e ômega 3, presente nas sementes de linhaça, nozes e algumas verduras. Carboidratos, gorduras e carne bovina devem ser evitados.
5 - Queimaduras solares: Além de arder, atrapalhar o sono e prejudicar o visual, as queimaduras podem evoluir para um câncer de pele. Os protetores solares devem ser passados de 20 a 30 minutos antes da exposição ao sol e reaplicados a cada duas horas - chapéus e sombra também são bem-vindos. Existe ainda o fator "eu sei o que vocês fizeram no verão passado": o efeito do raio ultravioleta é cumulativo. Eles penetram no núcleo da célula e causam uma mutação que fica registrada no DNA. No futuro, o acúmulo de mutações pode gerar uma célula cancerígena. Ou seja: ter uma queimadura forte, com bolha ou vermelhidão, durante a infância ou até os 20 anos é o suficiente para entrar no grupo de risco.
6 - Câncer de pele: É o câncer mais freqüente na população e, felizmente, o mais fácil de tratar, principalmente se há diagnóstico precoce. No verão, aumenta a incidência dos raios ultravioleta A e B. O raio ultravioleta A (mais responsável pelo envelhecimento da pele) fica na mesma concentração durante todo o dia, o raio ultravioleta B aumenta no período de 10h às 15h -o pico é às 12h. São esses os maiores responsáveis pelas queimaduras solares e, por conseqüência, pelo câncer de pele. Pessoas com pele, olhos e cabelos claros, com muitas pintas ou com antecedentes na família têm mais chances de desenvolver esse câncer. Os cânceres mais comuns são o carcinoma basocelular (CBC) -é o "mais bonzinho"- e o carcinoma espinocelular (CEC), que têm índice de cura maior e dificilmente enviam metástase. O melanoma cutâneo é o mais raro e grave, pois tem chance de metástase maior. É preciso estar atento a feridas que não cicatrizam, lesões com aumento rápido e pintas que mudam de cor ou que passam a ter bordas irregulares.
7 - Cabelo oleoso: O calor excita a secreção de glândulas sudoríparas e sebáceas. Por conseqüência, o cabelo geralmente fica mais oleoso e úmido, tornando-se um local ideal para a proliferação de fungos e, principalmente, de bactérias - ambos se alimentam dessas secreções. Para prevenir infecções, são recomendados xampus à base de cetoconazol, que são anti-sépticos, antiseborreicos e antifúngicos. Esses produtos, no entanto, só devem ser usados sob receita médica.
8 - Cabelo ressecado: Por outro lado, a exposição ao sol, ao sal do mar e ao cloro da piscina também pode levar a uma desidratação do cabelo. Quem tem o cabelo seco sofre mais ainda. Máscaras capilares reidratantes podem ser eficientes. A dica é lavar o cabelo com menos quantidade de xampu, assim como deixá-lo menos tempo na cabeça.
9 - Crescimento do cabelo: Como o metabolismo é mais acelerado no calor, o cabelo cresce um pouco mais rápido nesta época do ano, deixando as pontas indesejáveis. Mas a idéia de que cortar a ponta dos cabelos favorece o crescimento é mito.
10 - Impinge: Crianças têm maior suscetibilidade às infecções fúngicas. A mais comum é a chamada popularmente de impinge ou "tinha do couro cabeludo". Causada pelo fungo Tinea capitis, é bastante contagiosa. A infestação pode causar pequenas falhas e produzir coceira intensa. Deve-se evitar o contato do paciente com outras crianças, pois a impinge é extremamente contagiosa. O tratamento é feito com antifúngico tópico e sistêmico com receita médica.
11 - Foliculite: Normalmente, adultos têm mais vulnerabilidade às infecções bacterianas, tanto na pele como no cabelo. As chamadas foliculite são pequenas espinhas que não saram e ficam na emergência do pêlo. Para curar são usados xampus anti-sépticos, anti-seborreicos e antibióticos locais e sistêmicos, receitados pelo médico.
12 - Pano branco: São lesões claras do tamanho de lentilhas que aparecem geralmente nas costas, no pescoço e nos braços. Também conhecido como "micose de praia", esse mal é causado pelo fungo que costuma fazer seu "quartel general" no couro cabeludo, mas envia seus esporos para outras partes do corpo. É tratado com xampu com antifúngico e antifúngicos locais e sistêmicos.
13 - Brotoeja: É uma disfunção muito comum em crianças, pois as glândulas que produzem o suor ainda são muito estreitas e acabam obstruídas. As brotoejas são comuns em áreas ricas em glândulas sudoríparas, como atrás do joelho, axilas e virilhas. Para evitar, opte por roupas leves que não obstruam essas áreas. Cremes antiinflamatórios à base de corticóides ou calamina podem ser receitados pelo médico.
14 - Micose: Essas infecções são causadas por fungos que, no calor, se proliferam mais facilmente nas dobras do corpo: axila, virilha, entre as nádegas e os dedos (principalmente dos pés). Quando acontece no pé, também é conhecido com frieira ou pé de atleta. Para evitar, a dica é deixar esses locais sempre enxutos, usar roupas de algodão e sabonetes anti-sépticos. Outro conselho é ficar secando o biquíni ou a sunga no corpo. A umidade e o calor são um ótimo meio para a cultura de bactérias.
15 - Efeitos adversos de medicamentos: Alguns remédios, como antiinflamatórios, antibióticos, diuréticos, laxantes e tranqüilizantes podem causar erupção e vermelhidão na pele em decorrência da exposição ao sol. Quem toma essas medicações regularmente deve evitar a exposição ao sol e consultar o médico sobre outros possíveis efeitos indesejáveis relacionados ao calor.
16 - Pele oleosa: Como o calor aumenta a produção das glândulas sudoríparas e sebáceas, quem tem pele oleosa tem de tomar cuidado com o uso de protetor solar, pois pode acabar todo "pipocado". As melhores opções para esse tipo de pele são os filtros solares em spray ou gel.
17 - Dificuldade para dormir: Manter a cuca fresca (em todos os sentidos) é fundamental para iniciar uma boa noite de sono. O cérebro precisa de um tipo de temperatura baixa para poder acionar o sono; por isso, as pessoas geralmente têm mais facilidade de dormir em dias frios. Manter os pés aquecidos, no entanto, ajuda a fazer o cérebro perder temperatura para o resto do corpo. Outro inimigo do sono é o suor provocado pelas noites quentes, que pode fazer a pessoa acordar várias vezes no meio da noite. Ar condicionado e ventiladores são aliados nessa hora. Além de deixar a temperatura mais agradável, o barulhinho contínuo desses aparelhos também ajuda a embalar o sono (desde que seja barulhinho!).
18 - Dor de cabeça: A maior parte das dores de cabeça recorrentes é causada pela enxaqueca (doença bioquímica do cérebro, herdada geneticamente, que pode ou não provocar crises de dor de cabeça recorrente). O paciente com enxaqueca tem o cérebro hiperexcitável e reage mal a estímulos como estresse, calor, sol, jejum, privação de sono etc. No verão, a exposição excessiva ao sol, a mudança súbita de temperatura do clima e o trânsito entre ambientes refrigerados e quentes podem deflagrar crises. Tomar líquidos muito gelados estando com muito calor ou muito suado também não é bom para quem tem enxaqueca. Outra coisa que pode causar crises é se exercitar sob o sol.
19 - Cefaléia do sorvete: É real e comum. A ingestão de qualquer líquido muito gelado pode trazer uma dor súbita, muito intensa, no meio da cabeça e com duração de poucos segundos. Quando a substância gelada toca o céu da boca (o palato) supostamente gera uma vasoconstrição intracerebral que é seguida por uma vasodilatação e dor intensa. Deve-se diminuir a quantidade e a velocidade da ingestão daquilo que provoca a dor. Isso ocorre em algumas pessoas e em caráter eventual.
20 - Aumento da libido: O calor não tem nenhuma relação direta com a libido, mas o uso de pouca roupa deixa o desejo no ar. A exposição do corpo é maior e o desejo está intimamente relacionado com a visão, principalmente a dos homens. "A mulher se sente mais sensual com as roupas usadas no verão", afirma a sexóloga Jaqueline Brendler.
Outro fator é a convivência, as pessoas se expõem mais, ficam mais tempo com os amigos, o círculo social se intensifica. E isso é ótimo!
21 - Candidíase: O entra e sai da piscina ou do mar pode favorecer a reprodução do fungo Candida albicans, responsável pela candidíase --um tipo de micose que causa coceira e ardência vaginal intensas e um corrimento esbranquiçado. É recomendado evitar sentar na areia e em borda de piscinas e tomar sol com o biquíni molhado. "Em noites muito quentes, o ideal é dormir sem calcinha. A vagina precisa de ventilação. A mulher foi feita para usar saia", afirma a ginecologista Jaqueline Brendler. Roupas íntimas de algodão e sabonete neutro também são indicados para a prevenção.
22 - Bicho geográfico: Muito freqüente em praias brasileiras, essa afecção é causada por larvas ou vermes que fazem verdadeiros túneis na pele, deixando para trás a marca do seu trajeto sinuoso e muita coceira. Praias com cachorros podem ter a areia infectada -os animais são os principais hospedeiros dessas larvas. Se for contaminado, procure um médico. Não fure as lesões com auxílio de agulhas ou alfinetes e nem abra a pele com lâminas -o risco de infecção é grande.
23 - Cloasma: São manchas escuras que aparecem no rosto e atingem principalmente mulheres que tomam pílula anticoncepcional e as grávidas, mas que podem ser provocadas pela exposição solar. usar protetor solar 50 a 60 e tem remédios despigmentantes à base de hidroquinona, receitado por médico.
24 - Melhora do humor: Não é à toa que um tempo ensolarado é geralmente associado com um bom estado de espírito: a exposição à luz solar estimula a produção de serotonina (neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar). Há também um tipo de depressão sazonal que só se manifesta no frio em países que têm invernos rigorosos.
25 - Hipotensão: Cardiopatas que tomam medicamentos para hipertensão muitas vezes têm de passar por uma reavaliação médica para alterar a dosagem dos remédios. Como a tendência natural do corpo é de baixar a pressão, o uso de remédios vasodilatadores podem acentuar ainda mais a queda, causando uma hipotensão.
26 - Diarréia: As infecções intestinais são mais comuns nesta época do ano. Uma explicação para isso é o aumento da ingestão de alimentos contaminados ou mal conservados, por conta do calor. É época do ano em que as pessoas costuma comer em lugares de higiene questionável, como barraquinhas em praias, e beber água de origem duvidosa. Muitas vezes o gelo servido em bebidas é feito com água contaminada. Em caso de diarréia, o soro caseiro pode ser uma solução. Mas, se for persistente, um médico deve ser consultado.
27 - Desidratação: Para fazer a regulação térmica do corpo, o organismo perde mais água no suor e, com ela, magnésio, sódio, potássio e outros sais minerais. Além do aumento da transpiração, vômitos e diarréias causados por infecções intestinais _mais freqüentes no verão_ contribuem para o aumento da desidratação. A pessoa desidratada apresenta sede, fica muito tempo sem urinar, com a boca e mucosas secas, olhos ressecados e fundos. Em casos extremos, pode causar convulsões, coma e até mesmo a morte.
28 - Falta de apetite: Como o organismo precisa baixar a temperatura do corpo, é natural uma diminuição do apetite. O próprio corpo tem mais necessidade de líquidos do que de comida. Alimentos menos calóricos e mais leves dão menos trabalho na hora da digestão. O consumo predominante de frutas, legumes e verduras são recomendados.
29 - Resfriados: O organismo precisa de um tempo para se adaptar às mudanças de temperatura comuns nesta época do ano. As alterações bruscas de clima alteram o equilíbrio do organismo podendo causar resfriados e crises asmática, assim como desencadear uma rinite alérgica.
30 - Insolação: Conseqüência da exposição extrema ao sol (direta ou indiretamente), pode provocar intensa falta de ar, dor de cabeça, náuseas e tontura. A temperatura do corpo fica elevada, a pele fica quente, avermelhada e seca. Pode deixar as extremidades do corpo arroxeadas e levar a um estado de inconsciência.
31 - Dificuldade de respirar: No verão, existe uma maior concentração de ozônio no ar. Esse tipo de poluente levar o organismo a fechar as vias aéreas e limitar a amplitude da respiração como forma de defesa. O ozônio é o resultado da ação do calor e do sol sobre outros poluentes que saem das chaminés das fábricas de dos automóveis, por isso é chamado de poluente secundário. Por isso os maiores níveis de ozônio não são encontrados necessariamente onde há fumaça, muitas vezes ficam a centenas que quilômetros dos poluentes primários. Na cidade de São Paulo, os maiores níveis de concentração ficam nos parques, como o Ibirapuera e o pico do Jaraguá. Esses lugares devem ser evitados nas horas do dia de maior insolação. Criança expostas muito tempo ao ozônio têm menor capacidade de desenvolvimento pulmonar.
32 - Doenças respiratórias: Elas não são exclusividade do inverno. O alto nível de ozônio no ar característico do verão também está relacionado com o agravamento de asma e as infecções de nariz e seios da face, como sinusites e rinites. O poluente também inibe o batimento dos cílios das vias respiratórias, que ajudam a remover as impurezas do que é inalado. Dessa forma, as bactérias ficam mais tempo em contato com a mucosa dos órgãos respiratórios.
33 - Transpiração: Os homens são homotérmicos, ou seja, mantém a temperatura interna do corpo em 36° C independente da temperatura do ambiente. Mas isso custa modificações internas. No calor os vasos do corpo ficam mais dilatados, por isso ficamos mais vermelhos. Como o sangue passa mais sangue perto da pele, fica mais fácil a troca eliminar o calor do corpo equilíbrio. Transpirar é o principal mecanismo para o organismo perder calor, mas o suor excessivo pode levar a desidratação e ser sintoma de infecções.
34 - Pressão baixa: A pressão pode baixar no calor, como conseqüência da vasodilatação. Embora seja uma tendência natural, nem todas as pessoas ficam com a pressão baixa. Quem já tem tendência à pressão baixa deve se hidratar ainda mais.
35 - Desmaio: Algumas pessoas expostas muito tempo ao sol podem sofrer desmaio, que também está relacionado com a pressão baixa e a desidratação.
36 - Fraqueza: Aquela vontade de não fazer nada típica do calor também pode ser efeito da pressão baixa e da desidratação.
37 - Menor resistência em exercícios físicos: Esportistas devem ter cuidado redobrado ao se exercitar quando o tempo estiver muito quente. Como a atividade aumenta o calor do corpo, existe o risco de ocorrer uma hipertermia (superaquecimento do corpo). O ritmo e a intensidade devem ser menores que o habitual e não é recomendado se exercitar sob sol forte. Atletas devem aumentar o consumo de bebidas isotônicas e consumir mais frutas e legumes. Uma boa dica é o consumo de água de coco: a fruta é rica em sais minerais e vitaminas A, B1, B2, B5 e C.
38 - Dengue: É claramente uma doença que acompanha o verão. A combinação de chuva e clima quente aumenta as chances do mosquito Aedes aegypti -responsável pela transmissão do vírus- se proliferar. De acordo com o médico infectologista Luiz Jacinto da Silva, professor titular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) os casos de dengue estão aumentando "no país inteiro e em toda a América Latina". "Só possível controlar a doença por meio de um esforço comunitário", afirma. "Se a pessoa vive em uma região de surto, existem poucas medida eficazes de proteção individual. Se sua casa estiver em ordem e a do vizinho não, não adianta nada." Há dois tipos de dengue: a clássica e a hemorrágica. Geralmente, quando contaminada pela primeira vez, a pessoa contrai a dengue clássica. Em uma segunda contaminação, existe um risco muito maior de se contrair a dengue hemorrágica, que é muito mais grave e pode levar à morte.
39 - Leptospirose: A doença também aumenta consideravelmente no verão, por conta das fortes chuvas. A bactéria Leptospira interrogans é normalmente transmitida pela água de enchentes contaminada com urina de ratos de esgoto --o principal responsável pela infecção humana. A leptospirose é uma doença infecciosa febril, aguda, potencialmente grave.
40 - Hepatite A: Sabe aquele sorvete feito com sabe-se lá que água? Esqueça. De acordo com o Sociedade Brasileira de Hepatologia, há evidências de que há um aumento de 20% a 30% na freqüência de casos de hepatite A durante o verão --embora não existam dados oficiais do Ministério da Saúde. Esse aumento é atribuído à aglomeração em praias e locais de férias, onde, muitas vezes, são consumidos alimentos de má qualidade ou mal preparados e água de origem duvidosa. Causada pelo vírus A, a doença é na maior parte das vezes benigna, assintomática e autolimitada pela resposta imunológica do paciente. Suas formas mais graves são raras e podem atingir crianças - a chamada hepatite fulminante, que ocorre em menos de meio por cento dos casos - ou adultos acima de 40 anos. Quando os sintomas aprecem são olhos e peles amarelos, urina escura, febre de curta duração, prostração, enjôos e, às vezes, vômitos no início da doença. Dura em média de 15 a 40 dias. Existe vacina para prevenção da doença e testes que apontam se você já teve a doença (e está protegido) ou se tem a doença na sua forma aguda. Para evitá-la, use água mineral de origem confiável e não abuse de comida de barraquinhas ou de ambulantes.