Se depender da bancada governista na Assembléia Legislativa, não haverá instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar denúncia relativa à compra de merenda escolar na rede estadual de ensino. Essa é a opinião do líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Francisco Gualberto (PT). Segundo ele, não há motivo algum para instalação de CPI, já que o próprio governo se encarregou de fazer todos os procedimentos investigativos e apresentar os resultados em breve.
Para esclarecer as denúncias feitas pelo Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Sergipe (Sintese) e Conselho da Merenda Escolar, sobre possíveis irregularidades na aquisição da merenda, a Secretaria de Educação instaurou há duas semanas sindicância administrativa que irá apurar e esclarecer todos os fatos. Além disso, as pessoas que trabalham nos setores envolvidos com a denúncia já foram afastadas de suas funções. Isso nunca havia acontecido no governo dos inimigos de CPI, informa Francisco Gualberto.
Ainda de acordo com o deputado petista, se for comprovada a prática de irregularidades, como insinua a denúncia, o Governo do Estado irá tomar providências duras contra os envolvidos. Assim que os resultados estiverem concluídos, irei expor aqui na tribuna da Assembléia para que os fatos fiquem devidamente esclarecidos, disse. E se a sindicância apontar que não houve irregularidades, se por ventura for apenas um erro de método, o nosso governo também fará as mudanças necessárias, garantiu Gualberto, deixando claro que não está fazendo juízo de valores e muito menos defendendo posições precipitadas.
Em relação à CPI, Gualberto alega que a oposição está querendo apenas preencher espaço na tribuna da Assembléia. O inimigo de Jesus Cristo querendo ir para o céu, é algo muito estranho, comparou, lembrando que os deputados que cobram a instalação de CPI agora, sempre foram contrários a qualquer processo de investigação sobre possíveis desmandos nos governos passados. Inclusive, este setor político do Estado de Sergipe já foi denunciado na questão do Banestado, da ´Pasta Cor-de-rosa´, do Projeto Sivam, da Operação Navalha, do sumiço da carne da merenda escolar, entre outras. E eu nunca os vi cobrando CPI.
O líder da situação ressalta que o governo de Marcelo Déda não tem instrumentos de prevenção para evitar que um auxiliar, por ventura, cometa erros ou atos de corrupção. Nenhum governo tem este instrumento. Mas não aceitamos no nosso governo a prática da má utilização do dinheiro público, afirma. Mas para eles (da oposição), a acusação de qualquer corrupção não representa problema algum. É preciso compreender isto, porque isso é uma doença que não pega neles, analisou Gualberto.
Até agora os deputados de oposição conseguiram cinco adesões à CPI, sendo necessárias mais três assinaturas, no mínimo, de acordo com o regimento da Casa. De acordo com Francisco Gualberto, isso dificilmente ocorrerá, já que as providências tomadas de imediato surtirão efeito positivo. Em relação ao nosso grupo, a coisa é diferente. A população não aceita má utilização do dinheiro público. De qualquer forma, quero lembrar que o pregão para compra do material referente à denúncia foi feito em 2006. Portanto, se houve malversação do dinheiro público, a acusação que pode ser feita contra nós é de que isso (o pregão) não foi corrigido, disse o deputado Gualberto.