Uma unidade que atende a contento as necessidades de urgência da população local. É dessa forma que o Hospital Dr. Carlos Firpo, situado em Ribeirópolis, a 75 km de Aracaju, é caracterizado pelos moradores da cidade, cuja referência regional é o município de Itabaiana. "Já me considero uma conhecida dos médicos e enfermeiros. Toda semana venho tomar uma injeção por conta das dores que sinto nos pés e nas pernas", disse a aposentada Maria Terezinha Barreto dos Santos, 64 anos, que há seis meses convive com a rotina de se dirigir ao hospital com freqüência. "Sabe como é que é, né? A idade chega e os problemas de saúde também", brincou.
O atendimento hospitalar prestado pelo Governo em Ribeirópolis também é elogiado pelos mais jovens. Denis Teles Santana, 22 anos, quando perguntado sobre o que o faz ter essa opinião, foi rápido: "quem chega num hospital, por mais simples que seja o problema, quer ser atendido logo e aqui, felizmente, a gente não espera muito para ser recebido pelo médico", afirmou o jovem, que se encontrava em observação na Urgência, devido a uma dor intestinal. "E além de não demorar, o pessoal nos atende bem", acrescenta Denis, referindo-se aos funcionários daquela unidade hospitalar.
Os depoimentos dos pacientes expressam a credibilidade que o hospital vem adquirindo desde a sua reabertura no segundo semestre de 2006, quando era contabilizada uma média de 1.700 atendimentos por mês. De lá para cá, a unidade foi recebendo uma demanda cada vez maior. Entre os meses de maio e setembro deste ano, por exemplo, a média mensal de atendimentos foi de 6.100, três vezes maior do que há dois anos. "As pessoas que necessitam do atendimento de urgência de baixa complexidade passaram a perceber que podem contar com os serviços oferecidos aqui e que não precisam mais se deslocar para Itabaiana ou para a capital", justifica o diretor clínico da unidade, Janisson Pereira dos Anjos.
E não é somente a demanda de Ribeirópolis que o hospital local absorve. Moradores de cidades próximas, como Nossa Senhora Aparecida, São Miguel do Aleixo, Moita Bonita, Frei Paulo e Carira, também procuram a unidade. "Lá a gente conta apenas com um posto de saúde. Agora é que está sendo construída uma Clínica de Saúde da Família", disse o autônomo Ageorge Ricardo Dias dos Santos, 33 anos, de São Miguel do Aleixo. Ele acompanhava o filho John Alecs Santos, de apenas dois anos, que estava com suspeita de catapora e não pôde ser assistido no próprio município.O aumento da produtividade do hospital também é atribuído ao funcionamento efetivo do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe), que reconhece a unidade como capaz de resolver os casos de baixa e até média complexidade. De acordo com o relatório de estatísticas de setembro do Samu, o hospital de Ribeirópolis foi o estabelecimento de saúde de pequeno porte que mais recebeu pacientes removidos pelo Serviço. Foram 250 remoções, ultrapassando, por exemplo, a quantidade encaminhada para o Hospital Regional de Propriá, que foi de 180. Pelo relatório, Ribeirópolis ocupa o sétimo lugar, atrás do HUSE e dos hospitais de Itabaiana, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora do Socorro, Lagarto e Estância.EstruturaCom um médico generalista (clínico-geral), um enfermeiro e quatro auxiliares de enfermagem por plantão, o Hospital de Ribeirópolis dispõe de 16 leitos, sendo dez para internamento e o restante para observação. A equipe ainda conta com um nutricionista que orienta a preparação das refeições servidas aos pacientes internados.
Apesar de ser uma unidade de baixa complexidade, o hospital possui também estrutura para prestar o primeiro atendimento aos casos de emergência."A sala de estabilização somente passou a funcionar há pouco tempo, pois a aparelhagem era incompleta", informou o diretor administrativo, Fábio Pinheiro. O equipamento que faltava - o respirador Takaoka - foi adquirido no início deste ano. "Nas situações graves, na maioria das vezes, o que salva o paciente é o primeiro instante do atendimento. Então mesmo que a pessoa não permaneça aqui no hospital, é muito importante que a gente seja capaz de garantir condições de vida até o atendimento adequado", ressaltou o médico Janisson Pereira.A unidade também dispõe de laboratório próprio, o que garante mais agilidade na resolutividade dos casos. "Quando o hospital voltou a funcionar, há aproximadamente dois anos e meio, eram realizados cerca de 150 exames por mês. Hoje, essa média é de dois mil", afirmou Fábio Pinheiro, que acrescentou: "No período da epidemia da dengue, no primeiro semestre deste ano, o laboratório nos deu um suporte muito grande. Em abril, por exemplo, chegamos a contabilizar 2.463 exames".Soma-se ainda à oferta de serviços do hospital, a parte de fisioterapia que absorve toda a demanda diretamente encaminhada pelo médico. "Trabalhamos atualmente com um fisioterapeuta. Antes, eram três para fazer praticamente o mesmo serviço que um só faz. A grande vantagem disso é que diminuiu o custo sem interferir na assistência", explica Fábio. O aposentado João Batista de Oliveira Filho, 69 anos, é um dos beneficiados pelo serviço. "Tive início de derrame e fui orientado a fazer esses exercícios. O lado bom é que não preciso me deslocar", contou o idoso residente em Ribeirópolis, que participava de sua segunda sessão.
Uma das novidades do hospital é o serviço de radiodiagnóstico, que começou a funcionar neste mês de outubro. "Foram realizadas até agora cerca de 70 procedimentos. A gente acredita que, conforme o serviço seja divulgado, a procura aumente", finalizou o diretor administrativo.
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