Lendo hoje o "Estadão" tive ainda mais certeza da urgência com que o Ministério Público e os órgãos de defesa do consumidor devem agir, para coibir os abusos de alguns supermercados que, sob a desculpa de uma crise financeira internacional, estão remarcando preços de alimentos e produtos essenciais à população, que não têm qualquer relação com a alta do dólar ou com a crise internacional.
A minha preocupação - além dos danos que isto provoca, especialmente para as populações mais pobres - é que ocorram levantes, situações que comprometam a ordem pública. E, como era de se prever, os protestos já começaram a acontecer, conforme matéria publicada hoje pelo Estadão, que abaixo repriso para meus leitores.
No dia 22 de outubro último - como pode ser observado neste blog - fui à tribuna do Senado pedir ao Ministério Público e aos órgãos de defesa do consumidor para que agissem com presteza contra expedientes de aumentos de preços em algumas redes de grandes supermercados, que se configuram claramente como comportamentos inflacionários do passado para adotar uma tática criminosa.
Já naquela ocasião constatava-se que supermercados daqui de Brasília estavam vendendo carne bovina por preços exorbitantes, como R$ 22,40 pelo quilo de contra-filé, enquanto pequenos comerciantes permaneciam vendendo este corte por R$ 12,90, pois os frigoríficos não haviam aumentado o preço para estes comerciantes, o que não justifica o aumento ao consumidor.
Pois hoje integrantes de dois movimentos sociais iniciaram em São Paulo um protesto contra a alta dos preços dos alimentos, especialmente nas grandes redes de supermercados, conforme o leitor pode ver na matéria que segue:
"Sem-teto protestam contra preços em supermercados de SP Grupo realiza manifestação pacífica no hipermercado Carrefour da Av. Giovanni Gronchi, no bairro do Morumbi Bianca Pinto Lima e Solange Spigliatti, do estadao.com.br Sérgio Neves/AE Protesto aconteceu na zona sul de SPSÃO PAULO - Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e da Associação Periferia Ativa (APA) realizaram um protesto na manhã desta quarta-feira, 19, contra a alta dos preços dos alimentos e a crise econômica. Cerca de 50 manifestantes se reuniram no Terminal de ônibus João Dias, ao lado do Carrefour da Giovanni Gronchi, no Morumbi, segundo números da Polícia Militar (PM). A ação faz parte da Jornada contra a Carestia, que, segundo informações do movimento, seria realizada em sete Estados do País. Em nota, o Carrefour esclareceu que um grupo de cerca de 200 pessoas realizou uma manifestação pacífica no hipermercado localizado na Av. Giovanni Gronchi e que foi realizado um ato simbólico contra a crise econômica mundial. Segundo a rede, a manifestação transcorreu sem nenhum incidente e terminou por volta das 12 horas. O hipermercado opera normalmente. O objetivo da ação é chamar a atenção dos governantes e da sociedade para o aumento da miséria e das dificuldades econômicas que os trabalhadores brasileiros começam a sofrer com a crise econômica, de acordo com nota divulgada pelo movimento. Os movimentos reivindicam, entre outras pautas, políticas estatais para o controle dos preços, restaurantes populares e subsídios para abaixar o custo de vida."
Senador Valadares PSB - SE