Mulher e pai da vítima de 43 anos podem ser chamados. Empresário foi assassinado em sua chácara, em Limeira.
O próximo passo da Polícia Civil de Limeira, cidade a 151 km de São Paulo, é ouvir hoje terça-feira (18) os familiares do empresário Altair Aparecido dos Santos, de 43 anos, assassinado dentro de sua chácara, na noite de domingo (16). Em 2007, ele ganhou pouco mais de R$ 1 milhão na Mega-Sena e os policiais investigam se o prêmio tem relação com o crime.
O delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais de Limeira (DIG), João Batista Vasconcelos, deve chamar primeiro a mulher e o pai de Santos. Eles, o filho de oito anos e a mãe da vítima estavam na chácara no momento em que o empresário foi morto com um tiro no peito. O assassinato ocorreu depois de um churrasco em comemoração ao aniversário do menino, único filho de Santos.
Nascido em Itambaracá (PR), Santos estava em Limeira havia pelo menos dez anos, segundo alguns amigos informaram. Em um primeiro depoimento, logo após o crime, a viúva disse que o marido vinha sofrendo ameaças e apontou um homem de apelido "Chaveiro" como o responsável por elas. "Ela dizia que ele cobrava a dívida constantemente", contou Vasconcelos.
"Chaveiro" é o aposentado Dorgival Bezerra de Oliveira, de 52 anos, que reivindicava sua parte no prêmio, ganho em maio do ano passado. O funcionário da lotérica A Predileta I, no Centro, informou que o grupo de 16 pessoas sempre jogava ali. No entanto, na ocasião do prêmio de R$ 16 milhões, só 14 tinham entrado no bolão.
"Chaveiro" é o aposentado Dorgival Bezerra de Oliveira, de 52 anos, que reivindicava sua parte no prêmio, ganho em maio do ano passado. O funcionário da lotérica A Predileta I, no Centro, informou que o grupo de 16 pessoas sempre jogava ali. No entanto, na ocasião do prêmio de R$ 16 milhões, só 14 tinham entrado no bolão.
"Chaveiro" e outro homem ficaram de fora e passaram a cobrar o dinheiro. Em entrevista nesta segunda, o aposentado negou o crime.
Um homem reservado
O paranaense foi descrito pelos amigos como uma pessoa "alegre", mas "reservada". A morte dele pegou todos de surpresa. "Nós nos falamos há um mês. Estou surpreso", contou o trabalhador rural Francisco José Gasparino, de 63 anos.
Na tarde desta segunda, ele e a mulher, Vanderci Rodrigues Gasparino, a "Zica", de 38 anos, se juntaram às dezenas de amigos e parentes que foram ao velório no Cemitério Parque de Limeira. "Trabalhei com ele por oito anos. Não havia pessoa melhor", afirmou "Zica", que começou como empregada da família em 1997, quando eram recém-chegados à cidade. Ela deixou o serviço quando teve um glaucoma.
O trabalhador rural contou que, antes de ganhar na loteria, Santos dava aulas na rede estadual como professor substituto, já que seria formado em história. Teve um bar, "que fechou depois de ele ganhar na Mega-Sena" e, atualmente, se dedicava à sociedade em uma metalúrgica.
A informação foi confirmada pelo comerciante Marcos Aurélio Cunha, 53, que também era sócio de Santos em uma loja de carros. Eles se conheciam havia dois anos. "Não tinha contato pessoal. Era só profissional". Apesar disso, Cunha afirmou que nunca soube de ameaças direcionadas à vítima. "Era reservado. Nunca comentou esse tipo de coisa. Era espontâneo, legal".
De acordo com o comerciante, Santos havia abandonado o curso de direito para fazer uma pós-graduação em administração de empresas.