terça-feira, 15 de setembro de 2009

Sergipano de 17 anos manteve quatro pessoas reféns em Santos porque queria reatar namoro

O coronel Armando Bezerra Leite, comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar em Santos, disse na tarde desta segunda-feira (14) que o jovem de 17 anos que manteve reféns em uma creche foi, aparentemente, motivado por ciúmes. Segundo o coronel, o adolescente mantinha um relacionamento amoroso com uma das pessoas feitas reféns, uma cozinheira de 46 anos.

Os dois moravam há cerca de três meses juntos na residência da cozinheira, que fica em frente à creche Estrela Guia, onde o caso aconteceu. Além dela, o coordenador-pedagógico e uma monitora ficaram reféns. Uma adolescente de 13 anos também chegou a ficar sob poder do suspeito, mas acabou libertada mais cedo, após negociação com a polícia.

Os outros três reféns deixaram o local por volta das 16h30, depois que o adolescente se entregou. Todos passam bem. Durante grande parte das quase sete horas de negociação, o jovem manteve uma faca no pescoço da monitora da creche. Os outros dois reféns permaneceram sentados no chão. Os quatro estavam em uma sala na parte superior do sobrado, que estava com as janelas fechadas. A negociação ocorreu através de uma porta e foi feita por um tenente do batalhão de Santos, sob orientação de policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).

O coronel acredita que a motivação foi ciúmes porque o adolescente pediu a presença, durante as negociações, de um ex-namorado da companheira e de outro homem que também teria mantido um relacionamento amoroso com ela. “Ele foi percebendo que isso não iria conseguir”, disse Leite. Não há uma confirmação sobre um possível rompimento do namoro, mas a polícia acredita que eles ainda estavam juntos porque os documentos do adolescente estavam na casa da cozinheira.

Passagem pela Fundação Casa

O jovem não tinha passagens pela Fundação Casa. Segundo a polícia, no entanto, ele chegou a mencionar durante as negociações problemas com a Justiça quando ainda morava em Aracaju (SE). Ele só aceitou se entregar depois que o promotor da Infância e da Juventude Carlos Alberto Carmello Júnior chegou ao local.

“A minha única função foi garantir que ele sairia ileso. Agora, ele será apreendido provisoriamente”, disse Carmello Júnior. O adolescente foi levado para a Delegacia da Infância e da Juventude do município e deve responder por cárcere privado. Os três reféns libertados acabaram levados para um hospital. Apesar de não apresentar ferimentos, eles estavam muito nervosos.

Familiares da cozinheira também receberam atendimento médico. Uma das filhas dela – segundo informações iniciais, a mulher teria três filhos – deixou a residência da família pouco antes do desfecho do caso gritando pela mãe. Outros integrantes da família também deixaram o local dentro de um carro do Resgate.

Quando invadiu a Escola de Educação Infantil Estrela Guia, por volta das 9h45, o jovem usava uma faca que furtou de uma açougue nas proximidades, segundo a polícia. As cerca de 240 crianças que são atendidas na creche, que também funciona como centro de convivência, foram liberadas. O adolescente completará 18 anos no dia 26 de setembro.

NE