A distribuição de um panfleto apócrifo insultando os parlamentares aliados do governador Marcelo Déda, feita ontem durante na Assembleia Legislativa votação do projeto de lei que trata das contratações temporárias no governo, teve desdobramento revoltante nesta quarta-feira (23). Na tribuna, o deputado Gilmar Carvalho (PSB) pediu a apuração dos fatos e a conseqüente punição dos envolvidos. O líder do governo, deputado Francisco Gualberto (PT), apoiou o pedido.
Segundo Gilmar, o presidente da Assembleia, Ulices Andrade (PDT), deve abrir um procedimento de investigação para que seja esclarecida toda a história do panfleto apócrifo, até que seja descoberto o responsável pelo ato que ‘criminoso’, segundo ele. Por enquanto, sabe-se que um suposto cabo eleitoral do deputado Augusto Bezerra (DEM), conhecido como Kléber Alves, foi o responsável pela distribuição do panfleto e também pela ida de dezenas de crianças e adolescentes ao plenário da AL para acompanhar a votação do projeto.
“Observei aqui crianças de 12, 13 anos. Pelo porte físico e pela fisionomia, dava para perceber que não estavam nem na adolescência ainda. E essas crianças estavam submetidas a um procedimento criminoso, que era justamente a distribuição de um panfleto sem autoria assumida”, criticou Francisco Gualberto. As referidas crianças eram da Escola Estadual Governador Valadares, no bairro 18 do Forte, e estavam sob a responsabilidade de Everton Bonfim.
“Independente da mentira que o panfleto divulga, tem a manipulação dessas crianças. Portanto, me somo ao deputado Gilmar e também apelo à Mesa Diretora para que faça uma apuração rigorosa, porque não se trata de uma questão qualquer”, alertou Gualberto, lembrando que as crianças tinham na testa uma inscrição com as iniciais FJA, que significaria a Federação da Juventude Aracajuana, segundo o próprio Kleber.
Francisco Gualberto disse ainda que os indícios para uma apuração com sucesso são fortes, já que durante o programa de rádio de Gilmar Carvalho foram divulgadas várias informações pertinentes ao caso. “Vários caminhos já foram expostos. Por isso a Assembleia já tem por onde começar sua investigação”, afirmou o líder. “É um crime sujo. Todos nós aqui temos que assumir nossas posições e suas conseqüências, e não fazer esse tipo de política que macula a imagem do parlamento”.
Logo após o apelo de Gilmar, o presidente Ulices Andrade se manifestou dizendo que irá fazer a investigação. A Secretaria de Estado da Educação também já se manifestou dizendo que irá abrir inquérito administrativo na Escola Governador Valadares para averiguar em que circunstâncias as crianças deixaram de freqüentar as salas de aula para irem à Assembleia. Para o deputado Gilmar, após concluídas as investigações, se não for determinada uma punição rigorosa aos culpados, será melhor acabar com o legislativo estadual em Sergipe.
Fonte: Alese |